A capoeira nasceu da vontade de
libertação de um povo sofrido, mas com muito orgulho de suas origens
que, mesmo longe de sua terra natal, conseguiu, a través
dos anos, preservar seus rituais, tradições e existência
cultural.
Junto com as necessidades e conhecimentos que adquiriram na nova terra, criaram movimentos de ataque e defesa, junto à destreza que já existia dentro de sua existência. Desta forma, conseguiam aperfeiçoar seus movimentos, camuflando-os dos senhores de escravos e capatazes até o momento em que se rebelavam.
A Capoeira é de origem Brasileira ou Africana? Este é um assunto polêmico no panorama da capoeiragem. Existem correntes que afirmam ser genuinamente Brasileira, criada em torno de 1600 pelos escravos originários da Angola. A mistura bem sucedida de luta, dança e rituais diversos deram origem ao que hoje conhecemos como capoeira.
Outros estudiosos defendem a sua origem como sendo na África; pois, existem danças semelhantes à capoeira como a Baçula, Camangula, N´golo (danças da zebras) entre outras. Mas esta simples afirmação não se torna um embasamento completo para se determinar que a capoeira é africana. O fato originário destas questões polêmica foi a incineração de todos os documentos relativos ao período da escravidão pelo então ministro das finanças Ruy Barbosa por volta de 1890.
A questão da origem da capoeira ao que tudo indica já está resolvida. É tida como uma manifestação cultural genuinamente brasileira, apesar de suas raízes serem de origem africana. A história da capoeira se confunde com a própria origem, independente de onde ela tenha nascido, a capoeira tornou-se uma cultura difundida entre os escravos da época, tão forte que foi capaz de servir com forma de libertação. Os negros precisavam ofuscar aos olhos dos senhores de engenho de que aquilo que praticavam não era propriamente uma luta, e sim uma manifestação de dança e rituais referente a sua cultura. Para tal, uniram aos golpes, música, ginga, malícia e toda mandinga daquele povo sofredor.
A capoeira foi de grande valia na fuga dos negros para os quilombos. Os capatazes e capitães-do-mato, na tentativa de capturá-los entravam na mata e eram surpreendidos por emboscadas dos negros capoeiristas. Além de servir com arma nas fugas, a capoeira serviu também para tentar proteger os quilombos quando os capitães-do-mato descobriam a sua localização.
Com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 1888, os negros tornaram-se livres. Porém, como é de conhecimento, isto não aconteceu na prática; este povo ainda permanecia escravizado através da falta de empregos, de oportunidades, de moradia, de mínimas condições de sobrevivência. Sendo assim, os negros marginalizados passaram a utilizar a capoeira como arma para saquear, roubar e tentar sobreviver a um sistema de discriminação.
Os capoeiristas eram vistos como vadios e delinqüentes, desta forma, começou o processo de degradação da imagem da capoeira, sendo por vezes cultuada erroneamente.
Junto com as necessidades e conhecimentos que adquiriram na nova terra, criaram movimentos de ataque e defesa, junto à destreza que já existia dentro de sua existência. Desta forma, conseguiam aperfeiçoar seus movimentos, camuflando-os dos senhores de escravos e capatazes até o momento em que se rebelavam.
A Capoeira é de origem Brasileira ou Africana? Este é um assunto polêmico no panorama da capoeiragem. Existem correntes que afirmam ser genuinamente Brasileira, criada em torno de 1600 pelos escravos originários da Angola. A mistura bem sucedida de luta, dança e rituais diversos deram origem ao que hoje conhecemos como capoeira.
Outros estudiosos defendem a sua origem como sendo na África; pois, existem danças semelhantes à capoeira como a Baçula, Camangula, N´golo (danças da zebras) entre outras. Mas esta simples afirmação não se torna um embasamento completo para se determinar que a capoeira é africana. O fato originário destas questões polêmica foi a incineração de todos os documentos relativos ao período da escravidão pelo então ministro das finanças Ruy Barbosa por volta de 1890.
A questão da origem da capoeira ao que tudo indica já está resolvida. É tida como uma manifestação cultural genuinamente brasileira, apesar de suas raízes serem de origem africana. A história da capoeira se confunde com a própria origem, independente de onde ela tenha nascido, a capoeira tornou-se uma cultura difundida entre os escravos da época, tão forte que foi capaz de servir com forma de libertação. Os negros precisavam ofuscar aos olhos dos senhores de engenho de que aquilo que praticavam não era propriamente uma luta, e sim uma manifestação de dança e rituais referente a sua cultura. Para tal, uniram aos golpes, música, ginga, malícia e toda mandinga daquele povo sofredor.
A capoeira foi de grande valia na fuga dos negros para os quilombos. Os capatazes e capitães-do-mato, na tentativa de capturá-los entravam na mata e eram surpreendidos por emboscadas dos negros capoeiristas. Além de servir com arma nas fugas, a capoeira serviu também para tentar proteger os quilombos quando os capitães-do-mato descobriam a sua localização.
Com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 1888, os negros tornaram-se livres. Porém, como é de conhecimento, isto não aconteceu na prática; este povo ainda permanecia escravizado através da falta de empregos, de oportunidades, de moradia, de mínimas condições de sobrevivência. Sendo assim, os negros marginalizados passaram a utilizar a capoeira como arma para saquear, roubar e tentar sobreviver a um sistema de discriminação.
Os capoeiristas eram vistos como vadios e delinqüentes, desta forma, começou o processo de degradação da imagem da capoeira, sendo por vezes cultuada erroneamente.
Esses negros até chegarem ao Brasil
sofriam muito, e vários morreram antes mesmo de chegar aqui. Separados de suas
famílias, eram colocados junto com escravos de outras maltas (tribos) com
costumes diferentes. Eles vinham amuntuados, jogados nos porões dos navios até
desembarcarem nos portos brasileiros.
Navio Negrero
Nos portos eles eram vendidos e assim
distribuídos por várias regiões do país. Trabalhavam muito, comiam pouco e
muitos se revoltavam. Estes, se conseguissem fugir, iriam para o mato onde sua
liberdade o esperava; se não desse certo a fuga seriam massacrados na frente
dos outros escravos até a morte. Assim avisando aos outros o que aconteceria
se tentassem fugir.
O mato era sua moradia, pois era
parecido com o da África. Essas fugas foram favorecendo cada vez mais a
organização dos negros, que foram formando os quilombos, as cidades dos
escravos. Se conseguissem chegar até lá seriam guerreiros e estariam com sua
liberdade assegurada.
Nesses Quilombos o negro podia
cantar, dançar e continuar com seus costumes, o que antes não lhe era permitido
por seus “senhores”. Também tinham que saber de suas tarefas, pois os caçadores
de escravos sempre os atacavam, e para eles as armadilhas estavam sempre
prontas.
Choza de Quilombo
Assim os negros garantiam sua
liberdade por muitos anos, chegando até a estarem em 50.000 escravos fugitivos
com um terreno que abrangia três estados, Sergipe, Pernambuco e Alagoas, isso
no seu maior quilombo, o de Palmares, onde o governo realizava as mais temíveis
investidas.
Muitos anos se passavam e muitas
investidas foram feitas até que o governo conseguiu separar o povo, pois
garantiu a liberdade para quem fosse ao mar (vale do Cacuá). A outra parte do
povo, que não seguiu com Ganga Zumba ao vale, não acreditando nas promessas do
governo, resistiram com Zumbi até a destruição de Palmares. Sua cultura vive
até hoje com os costumes deixados.
A capoeira entra aí, é a luta que os
escravos praticavam para se defender. Nas suas brincadeiras, diversões,
alegrias, risadas e nas sua busca pela paz, estavam sempre treinando a
capoeira. Com ela conseguiam relembrar do seu passado, de sua terra natal e de
sua liberdade.Treinavam para ter os braços, as pernas e todo o corpo a
disposição de sua mente, podendo lutar de qualquer esconderijo contra o capitão
do mato, que de mato conhecia menos que os escravos que lá moravam.
Na época da escravidão a
prática da capoeira foi perseguida a ferro e fogo. Porém, depois de passado
este período, a capoeira ainda continuou a ser alvo de poderosos que tentavam
dar-lhe um fim, impondo leis à sua prática. O código penal de 1890, criado
durante o governo do Marechal Deodoro da Fonseca, fazia proibição à prática da
capoeira em todo o território nacional e, reforçado por decretos que impunham
penas severas aos capoeiristas, este código só fez aumentar o ódio às
perseguições dos chefes de polícia que tentavam a todo custo fazer valer a lei
contra os capoeiristas. O motivo de tanta perseguição era o que a capoeira trás
em toda a sua essência, a
liberdade. Mesmo
passando por todas estas provações, a capoeira resistiu e se firmou até os dias
atuais. De luta proibida antigamente, a capoeira passou a ser um esporte, ou
melhor, o esporte nacional. Genuinamente brasileira, a capoeira hoje é uma
“potência” que dá aos seus praticantes mais fiéis um meio de vida e sustento,
sem luxo, mas com dignidade e respeito. Hoje, o esporte capoeira é praticado no
Brasil de norte a sul e, mundo afora, a capoeira já conquistou países como
Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Suíça, Inglaterra, Japão,
Portugal, Espanha, Israel, Itália, França, Suécia, Austrália, dentre outros. Do
crime reprimido à duras penas ao esporte praticado pelo mundo afora, esta é a
capoeira, uma herança negra que todo mundo guarda em si como um grande tesouro.
A Descriminalização da Capoeira
Dos tempos da escravidão pra cá,
muita coisa aconteceu no mundo da capoeira. Foram crises, proibições,
perseguições, liberações, etc. Atualmente, a capoeira é reconhecida e praticada
mundialmente por um número incalculável de pessoas. Porém, existem pontos a
serem discutidos e melhor evidenciados. Dentre eles, muitas coisas que as
pessoas falam, mas, que até agora, não disseram realmente nada. A libertação de
uma arte – Foi em nome da liberdade para a capoeira como um todo que a luta
continuou e continua até hoje. Mesmo sob o ferro da repressão, grandes nomes de
capoeiristas célebres passaram para a história. Entre estes estão nomes que já
se foram como: Mestre Pastinha, Mestre Bimba, Mestre Gigante, Manduca da Praia,
Mestre Leopoldina, Pedro Cobra, Nascimento Grande e Besouro Mangangá. Sem usar
armas, a capoeira bateu-se esse tempo todo contra a injustiça que perseguia
seus praticantes. Hoje a capoeira é arte, arte livre e pura que trás em seu
íntimo a luta de um povo pela própria liberdade de viver.
A Vitória de uma Cultura
No Brasil a capoeira cresceu num
contexto de conflito no Recôncavo Baiano, nas fazendas do Rio de Janeiro e nas
serras de Pernambuco. Através da saga dos quilombos foram aprimoradas técnicas
de combate, dissimuladas nas senzalas, onde, diante dos olhos do feitor, era
praticada a luta em forma de dança. No dia 31 de outubro de 1821, o intendente
geral da polícia da corte recebia do príncipe regente, instruções para por fim
às desordens provocadas pelos capoeiras. Cabe destacar que, além de muitos
elementos oriundos de classes mais pobres, muitos rapazes da alta roda da
burguesia cultivavam com entusiasmo a prática da capoeira que já estava criando
raízes na sociedade carioca. Em 1890, com o advento da república, teve início
uma ferrenha campanha contra a prática da capoeira, levando muitos jovens da
sociedade a se transformarem em marginais, já que a capoeira era tida como
crime. Devido a tanta proibição foram criados códigos e estratégias de
comunicação através dos toques de berimbau, como o de Cavalaria (avisando a
presença da polícia), ou através do toque Amazonas ou de São Bento Grande que
dava aviso de área livre. Toda esta perseguição era na verdade preconceito,
racismo e luta de classes, misturados com medo e ignorância por parte daqueles
que se sentiam ameaçados com o fortalecimento da cultura afro-brasileira. No
entanto, em 1937, o então presidente Getúlio Vargas, revogou a lei Sampaio
Ferraz, liberando a capoeiragem. Isto depois de assistir a uma apresentação de
Mestre Bimba e de seus alunos. Esta apresentação deixou Getúlio Vargas muito
impressionado com a beleza da arte da capoeira, dando licença a Mestre Bimba
para registrar sua “escola”, tornando-se o primeiro a sistematizar o ensino da
capoeira no Brasil. Mestre Bimba introduziu inovações no jogo, golpes e
contra-golpes, o atabaque, o berimbau, o agogô, o reco-reco, destituindo do
jogo rituais como a ladainha, por exemplo. Era a capoeira Regional. O estilo
Angola resiste e permanece até hoje como a expressão primeira da capoeira.
Comparações à parte, o que importa mesmo é a vitória desta cultura tão rica e
tão importante que é parte maior da atual cultura brasileira.
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